quinta-feira, 8 de abril de 2010

Conversas que não entendo

Aqui todos falam catalão. Falam castelhano também, mas não gostam. Porque afinal, como as pichações e adesivos nos carros não deixam esquecer: “ A Catalunha não é Espanha!”
Praticamente falam catalão o tempo inteiro, tenho que me concentrar muito para tentar entender algo. Quando faço aquela cara de que não entendi nada eles recorrem ao castelhano e fica muito mais fácil.
Às vezes fico dentro da conversa, toda concentrada (quer dizer que estou tentando entender, não que estou entendendo) e eles acham que sei exatamente o que está se passando, mas não... aí vem a minha cara de que não entendo e eles apertam a tecla SAP.
Esta manhã, Maria que é uma ucraniana fofa meio ruiva com cara da mamãe noel, se não fosse o dente de ouro e os “curva” (esta aprendi com as polakas quando morei em Londres – curva é um palavrão muito feio que prefiro não falar aqui) que solta várias vezes ao dia, estava falando de seu neto que não ouve e que precisa de um aparelho que ela pensou que fosse pequenininho, mas que na verdade precisa de uma maleta enorme para funcionar. Ou seja, o pobre teria que andar de um lado para o outro com uma maleta feia cheia de apetrechos e baterias e sei lá mais o que.
Ela disse também que ele fez um implante na cabeça, pois perdeu a audição num acidente grave há sete anos, e perguntei o que exatamente lhe foi implantado, e ela disse que um implante nuclear! (??????) Imaginem a minha cara! Daí pensei: “ Acho que estou viajando, devo estar entendendo errado, mas vou fazer cara de espanto assim mesmo...” E o fiz. Até agora acho que saem luzes amarelas pelos ouvidos do garoto. Prefiro não cruzar com ele... Ai que maldade... coitado...

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