terça-feira, 8 de junho de 2010

Bolo de maçã com especiarias e xarope de maple

Ontem estava um frio de lascar aqui em SP e estava com vontade de comer alguma coisa quentinha.
Daí resolvi inventar uma receita nova e ficou uma delíííícia! Só não pude tirar foto porque visualmente deporia contra mim. Por enquanto! Agora que já sei o que errei vou fazer um bolo bem bonito e fotografar.

BOLO DE MAÇÃ COM ESPECIARIAS E MAPLE SYRUP
Ingredientes maçã caramelada:
8 a 10 maçãs grandes, sem casca e em lâminas de mais ou menos 5mm.
6 colheres de sopa cheias de açúcar
1 colher de sopa de manteiga

-> caramelizar o fundo da assadeira com o açúcar e a manteiga.
-> colocar as maçãs sobre o caramelo, formando um desenho (lembre que ao desenformar o bolo o desenho que vc fez fica para cima).
DICA: comece de fora para dentro (assim o desenho ficará realmente redondo). Faça várias camadas, pois a massa do bolo não pode ultrapassar esta camada de maçãs.

Ingredientes massa:
2 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de açúcar
1 colher de sopa rasa de gengibre em pó
1 colher de sopa rasa de canela em pó
1 colher de sopa rasa de fermento em pó
1 xícara de xarope de maple (se não tiver, use açúcar mascavo, também vai dar uma cor bonita à massa - mas sem o gostinho do maple)
4 ovos inteiros
3/4 xícara de óleo


-> Misturar os ingredientes secos numa travessa grande
-> Bater em um recipiente: ovos + óleo + xarope de maple
-> Jogar a mistura líquida dentro da mistura de secos e misturar rapidamente (mas com delicadeza, por favor!!! Rapidamente significa rápido, não forte! - O ideal é fazer isso com um fouet, com movimentos rápidos de baixo para cima - se vc ficar horas mexendo a farinha vai desenvolver muito glúten e o resultado não vai ser o mesmo)
-> Jogue a massa sobre as maçãs (dentro da forma - dããã!)
-> Assar a 180ºC até que a o palitinho que vc vai espetar no bolo saia sequinho.
-> Espere esfriar um pouco e desenforme numa travessa bem bonita. Sirva ainda quente. Sorvete de creme cai muito bem. Em baixo de um edredon, melhor ainda! Com o seu amor do lado, não tem coisa melhor!

AH 1! Não precisa untar a forma. A própria maçã ajuda a desenformar, basta passar uma espátula ao redor da assadeira.
AH 2! Se esfriar, aqueça as fatias no microondas antes de servir.
AH 3! Se sobrar, corte em fatias e faça assim: pegue uma refratária e coloque uma camada de sorvete de creme meio derretido (para espalhar melhor), coloque as fatias do bolo e cubra com mais sorvete de creme, deixe bem lisinho. Se tiver alguma castanha, faça um crocante com elas e salpique por cima. Cubra com filme plástico e leve ao congelador até a hora de servir. Fatie e enjoy it!
A barriga agradece!

AH 4! Antes que alguém pergunte o que errei: cobri o fundo com as maçãs cortadas em quatro, aí a massa penetrou no meio delas e grudou no fundo. Daí surgiu a ideia do sorvete recheado de bolo, raspei o fundo cheio de massa e caramelo, bem molhadinhos, e fiz o sorvete.
Por isso é melhor usar a maçã em lâminas, assim vc vai bloquear de vez a passagem da massa até o caramelo.
AH 5! Antes que mais alguém pergunte também: sim, eu já passei a versão que dá certo!

terça-feira, 18 de maio de 2010

PONTUALIDADE DOS MEIOS DE TRANSPORTE NA EUROPA

Hoje foi meu dia de folga e peguei o ônibus para descer da montanha às 9h07.
Cheguei ao ponto para pegar o segundo ônibus às 9h19 e olhei na tabela de horários (impressa, não digital que muda conforme o radar via satélite) e vi que o próximo ônibus chegaria às 9h22. Pensei: “Duvido, tem que chegar em 3 minutos!” E fiquei com o celular na mão acompanhando o tempo. Deu 9h21 e o bendito ônibus aparece no fim na rua. Incrível! Às 9h22 ele abriu a porta para que eu entrasse. Cheguei na estação de trem e de novo fiz a mesma coisa. Olhei na tabela de horários impressa e fiquei de olho no relógio. Pontualmente o trem chegou às 9h52.
Igualzinho no Brasil, gente! Depois os europeus não entendem porque os brasileiros estão sempre atrasados... Eles estão mal acostumados com a pontualidade.
E nós acostumados com os atrasos. Em todos os sentidos.
Prefiro o costume deles.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Propaganda linda!

Gente, olhem este comercial de pão que coisa mais linda!
O meu amor colocou o link no facebook dele, cliquei, vi, gostei e copiei!
Queria que vcs vissem. Vale a pena! Lindo, criativo e sensível.
Vejam!
http://sorisomail.com/email/28996/o-melhor-anuncio-do-mes-pelo-menos.html

sábado, 8 de maio de 2010

Que droga de vulcao!!!

Gente... que bode!! Estou em Londres e voltaria para Barcelona hoje, pois volto ao Brasil em 3 dias. Depois de 1h30 de onibus cheguei ao aeroporto e vi que o meu voo foi cancelado por causa das cinzas do vulcao... Voltei para a casa da minha amiga e agora espero o espaco aereo da Espanha ser reaberto para que eu possa voltar para la e consequentemente pegar o meu voo para o Brasil... Tomara que o vento ajude e leve as cinzas para um lugar bem longe... Nao podemos com a natureza... Nao posso viajar por causa de um vulcao e agora dependo do vento...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Chuva e sol, casamento de espanhol!!

(essa é velha, hein? falávamos quando éramos crianças...criança fala cada coisa... e ainda acha que é engraçado...)
Ontem, um belo dia de sol, estávamos na nossa leitura etílica-gastronomica de domingo, um dia antes da folga da Marcela quando ela resolveu ir ao banheiro (aquela quando bebe uma cerveja faz mais xixi do que em um dia normal inteiro.)
Falou brava do banheiro: "Que droga! Só porque amanhã é a minha folga começou a chover!" E eu: "Não acredito! Que zica!" E fui espiar pela janela...
"???... Mas não está chovendo, Má, o céu está azul azul." E ela insistiu que estava e eu que não.
E ela:" Vem aqui ouvir o barulho!" E eu fui e realmente estava fazendo um barulho de temporal. Corremos para fora do hotel e surpresa: um cano havia se rompido e jorrava água numa quantidade enorme, já formando um riozinho no chão.
Por um momento nos calamos com o susto. Quando caiu a ficha demos muita risada e tratamos de ligar para o dono do hotel vir ver o estrago.
Ficamos sem água quente e aquecimento ontem, mas pelo menos a Má teve um dia de folga ensolarado.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Dicionário mal educado!

Hahahahaha!!! Gente, muito boa essa!!!
Domingão é o dia em que eu e a Marcela passarinha tomamos a nossa cervejinha enquanto folheamos revistas e livros de gastronomia espanhóis, e como não dominamos a língua, ficamos com um dicionário ao lado procurando as palavras que não sabemos.
Neste último domingo a Má estava folheando o dicionário atrás de qualquer palavra que começava com "P", mas que a cerveja não me deixa lembrar qual era agora.
Se bem que acho que depois do que aconteceu ela até desencanou de procurar a palavra, porque demos muuuita risada.
Sabe quando você está procurando uma palavra e bate o olho em outra e lê o seu significado? Então, foi isso que aconteceu.
Acho que a pessoa que escreveu a definição desta palavra não estava num bom dia, ou algum brasileiro sacana explicou errado... Muito bom.
Não vou contar o que é. Vocês precisam ler com os próprios olhos e vão ver que não estou mentindo.
Entre no site da UOL, e vá em dicionários. Lá coloque a opção espanhol/português e digitem a palavra "picha"
Isso que o Michaelis é escolar... hahahahaha!!!

Coisas que são nojentas quando estão fora do seu lugar

Hoje quando cheguei aqui no restaurante fui na salinha dos funcionários para deixar meu casaco no armário e tinha uma bota de alguém, aquelas tipo de cowboy, jogadas num canto da salinha, uma deitada e outra de pé, mas meio caída, com os zíperes abertos... achei aquilo nojento. Para completar, tinha um bololô de pó com fios de cabelo saindo de dentro dela... Por sinal, cabelo fora da cabeça é outra coisa bem nojenta. Credooooo!!! Lembrei de mais uma: arroz frio jogado no chão da calçada... O que mais? E você? O que você acha nojento fora do seu lugar? Bota --> pé Cabelo --> cabeça Arroz --> prato

Pés de porco

Aqui na Catalunha é muito tradicional comer pé de porco. Isso mesmo, pé de porco.
Outro dia no restaurante chegaram os pés partidos ao meio. Minha função era queimar os pêlos que restaram nos lugares escondidos do pé. E subia aquele cheiro de pêlo queimado... Ê beleza! E as unhonas do porco então? Nossa, fiquei pensando: “Credo, as pessoas comem cada coisa...”
Outro dia, aqui em Montseny estava um dia chuvoso e frio e eu ,que já sou faminta normalmente, estava com uma fome louca esperando ansiosamente pelo almoço. Adivinhem? Chegou um prato cheio de pés de porco feitos na brasa. Huuum! Que delícia! Meu estômago até diminui de tamanho naquele momento e de repente, a minha fome ficou quase insignificante.
Me perguntaram se eu gostava e eu disse que nunca tinha comido, mas que iria experimentar. E colocaram no meu prato um pé dourado e brilhante, mas ainda com unhas. Completei o prato com batatas fritas, que normalmente não como, pão com tomate (uma delícia, comem muito aqui. Qualquer dia falo dele) e escalibada, que é tipo um antepasto de berinjela e pimentão vermelho sem pele, com sal e bastante azeite de oliva extra virgem.
Me entupi de batata e pão enquanto trocava olhares com o pé de porco no canto do meu prato. Ficava imaginando por onde aquele pé havia andado, no quê havia pisado... Acabou a batata e então peguei mais. Acabou de novo e a coragem não vinha. E todos me perguntando: “Provou?” E eu: “... não, ainda não...” espiando o pé. Daí pensei: “não adianta eu ficar enrolando, vou ter que provar!” E comecei a mexer no pé com o meu garfo enquanto era observada pela Maria, a ucraniana fofa dos dentes de ouro. Resolvi abocanhar um pedaço tímido (1/3 do garfo mais ou menos) de pura “gelatina” como eles mesmos falam. O sabor extremamente forte para o meu paladar tomou conta da minha boca e eu ,que não sou muito fã de porco, devo ter feito uma cara esquisita porque a Maria começou a rir da minha cara e perguntou: “Não gostou?” Respondi que não e ela fez sinal com a mão para colocar o pé no prato dela, que o devorou sem talheres enquanto eu me entupia mais um pouco de batata para matar a fome e tirar aquele gosto da minha boca.
Maria engordurou dois guardanapos completamente e ainda assim ficou com as mãos brilhando da “gelatina” do porco, mas se deliciou.
É, pé de porco não é para mim... Pé por pé, prefiro pé de moleque.


quarta-feira, 14 de abril de 2010

Passeio em Barcelona

Na nossa primeira folga fomos à Barcelona. Caminhamos muito. Meu pé dói até hoje (já faz 3 dias). Andamos pelas ramblas, vimos as estátuas vivas, fomos á H&M, ao porto, à praia, comemos um sanduíche com cara de pizza e uma cerveja por 3 euros.

O mais legal, que perdemos mais tempo, fomos ao supermercado dentro do Corte Inglês e à Boqueria, o mercado de rua de Barcelona (lá tinham uns coelhinhos com uma bundinha engraçada, pareciam algumas brasileiras quando tomam sol de costas).



Frutas, legumes, verduras, chocolates, ovos, doces, tudo o que você pode imaginar e mais um pouco. Tem quase tudo na Boqueria.





É incrível como tudo parece ser mais bem cuidado. Quando digo bem cuidado quero dizer do carinho que as pessoas tem com aquilo tudo. Nunca vi uma barraca de frutas tão bem organizada, são todas lindas, limpas e chamam muito a atenção. Dá vontade de comprar tudo.




A dos crepes então, o cara montou vários pratos usando a massa do crepe dobrada como “tela” e decorou com os sabores que tinha. De-co-rou, não simplesmente colocou os ingredientes em cima ou jogou para ficar rústico de preguiçoso. Decorou com cuidado, com carinho.




Por isso acho importante fazer, seja lá o que for, com carinho. As pessoas devem comer com os olhos e depois sentir realmente o sabor. Uma simples salada arrumada com dedicação é muito mais apetitosa que uma jogada de qualquer jeito, feita às pressas.
O carinho é um ingrediente muito saboroso.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Pessoas que ganham pontos

Sou curiosa por natureza. Tudo o que vejo que não sei o que é pergunto.
Outro dia vi um negócio estranho na cozinha, pendurado como se fosse alho, mas eram uns frutos pequenos, redondos irregulares, secos e meio avermelhados.
Perguntei para uma auxiliar de cozinha o que era aquilo e ela disse o nome em catalão. Veio a minha cara de “ahn?” de novo mas desta vez ela não sabia o nome em castelhano. Quando a chef de cozinha chegou ela perguntou para ela, que tentou me explicar... sem sucesso. Apareceu uma garçonete e ela perguntou também e a garçonete respondeu achando graça: “procure na internet”. A auxiliar passou reto dela e veio do salão com a filha da dona do restaurante que já estava com um dicionário na mão. Me apontou a palavra e a tradução em inglês. Pronto! Descobri que era um tipo de pimenta. Muito simples ser compreensiva e gentil. Que bom seria se todos fossem assim.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Frases que não sabemos falar (ainda)

Outro dia pegamos uma carona com o marido de uma chilena que trabalha com a Marcela. Estávamos eu, Marcela, Geny (a chilena), seu marido e sua filha adolescente.
Estava super frio lá fora e estávamos com um casaco grande. Aí já viu, mil pessoas num carro, ficou super quente lá dentro e a Má fala: “Estou caliente a cá”. Ficou um silêncio esquisito, daí a Geny disse: “Estás com calor?” Aí liguei as coisas e pensei, putz, a Má deu um fora... E perguntei se a Má tinha dito que estava necessitada de um homem e eles disseram que sim, e caímos na gargalhada... A Má morreu de vergonha tadinha, mas passou rápido, ela não ligou muito.
Pior foi quando fui contar este causo para o pessoal da cozinha e ninguém achou graça. Só eu, como sempre!

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Diário não muito diário...

Ah! Outra coisa, não tenho internet fácil aqui, pois o restaurante/hotel que estou fica no meio da montanha e o sinal é muito ruim, então não conseguirei postar todos os dias. Mas escrevo todos os dias, salvo no lap e depois copio aqui.
Por isso o bombardeio de posts hoje... não sei quando vou conseguir postar de novo...
Já estou viciando nisso aqui.

Blog sem design

Amigos designers, me desculpem!!!
Não tenho recursos aqui e meu blog está meio simples demais.
Quem sabe com o tempo consigo deixá-lo mais com a minha cara!!

Conversas que não entendo

Aqui todos falam catalão. Falam castelhano também, mas não gostam. Porque afinal, como as pichações e adesivos nos carros não deixam esquecer: “ A Catalunha não é Espanha!”
Praticamente falam catalão o tempo inteiro, tenho que me concentrar muito para tentar entender algo. Quando faço aquela cara de que não entendi nada eles recorrem ao castelhano e fica muito mais fácil.
Às vezes fico dentro da conversa, toda concentrada (quer dizer que estou tentando entender, não que estou entendendo) e eles acham que sei exatamente o que está se passando, mas não... aí vem a minha cara de que não entendo e eles apertam a tecla SAP.
Esta manhã, Maria que é uma ucraniana fofa meio ruiva com cara da mamãe noel, se não fosse o dente de ouro e os “curva” (esta aprendi com as polakas quando morei em Londres – curva é um palavrão muito feio que prefiro não falar aqui) que solta várias vezes ao dia, estava falando de seu neto que não ouve e que precisa de um aparelho que ela pensou que fosse pequenininho, mas que na verdade precisa de uma maleta enorme para funcionar. Ou seja, o pobre teria que andar de um lado para o outro com uma maleta feia cheia de apetrechos e baterias e sei lá mais o que.
Ela disse também que ele fez um implante na cabeça, pois perdeu a audição num acidente grave há sete anos, e perguntei o que exatamente lhe foi implantado, e ela disse que um implante nuclear! (??????) Imaginem a minha cara! Daí pensei: “ Acho que estou viajando, devo estar entendendo errado, mas vou fazer cara de espanto assim mesmo...” E o fiz. Até agora acho que saem luzes amarelas pelos ouvidos do garoto. Prefiro não cruzar com ele... Ai que maldade... coitado...

Suco de laranja

No avião nos serviram suco de laranja de caixinha. O que dizer?
Porque acham que suco de laranja de caixinha é suco de laranja? Ou suco? Não é suco... é uma água suja com cheiro e gosto de... deixa pra lá... e cheio de açúcar.
Nossa Senhora! Me dá água por favor!!!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O início da viagem de Marina.

A ideia de criar este blog surgiu quando consegui um estágio de gastronomia na Espanha. Pensei que poderia ser uma maneira legal das pessoas queridas que estão no Brasil (e o xereta extra que se interessar) saberem o que acontece comigo, sem eu precisar contar a mesma história mil vezes. Tenho uma mania de aumentar as coisas para ficarem mais divertidas, sendo assim, no fim, a história seria super fantástica e talvez um pouco diferente do que aconteceu realmente.
Enfim, falando em contar mil vezes alguma coisa, vou contar pela milésima primeira vez a história (esta é fantástica mesmo contada pela primeira vez!) de como cheguei aqui, onde estou e o porquê.

Tudo começou...

Ano passado (2009) fiz um curso no Senac chamado Cozinheiro Chef Internacional onde aprendi tudo (ou quase tudo) de gastronomia. Lá por setembro surgiu um concurso de receitas com azeite de oliva espanhol que premiaria a dupla vencedora com um estágio de um mês num restaurante estrelado pelo Guia Michelin na Espanha. Logo imprimi o regulamento e chamei a Marcela, que fazia o curso comigo, para ser a minha dupla, e a passarinha (que canta sem parar enquanto trabalha) topou na hora, mandando um sonoro “YEAAAAAAAHHH!!!”.
Começamos uma pesquisa maluca sobre azeites, fomos á palestras, consultamos diversos livros sobre azeites e suas variedades, fomos à degustações... Para quem não sabe, como eu não sabia antes deste concurso, azeite é como vinho: cada um é feito com uma variedade de azeitona, que tem características, paladar e aromas completamente distintos umas das outras, e é claro harmonizam com pratos diferentes.
Depois de muitos livros, goles de azeite, experiências, testes com nossas cobaias queridas (lindo, pai, mãe), chegamos a um cardápio muito legal, todo conceituado na Guerra Civil Espanhola. Já que iríamos falar sobre azeites espanhóis, tão importantes para este povo, por que não falarmos sobre um momento tão marcante para aquele país?
A entrada contava o início e os motivos da guerra, o prato principal trazia os aliados e seus interesses em ajudar o general Franco, e a sobremesa explodia (literalmente) como a bomba que destruiu el pueblo de Guernica.
Harmonizamos todos os azeites com os pratos e brincamos com a sua textura e temperatura, além de pensarmos nas cores e disposição dos ingredientes no prato (meu lado designer gráfica, é, sou formada nisso). Quem quiser saber mais sobre este projeto me escreva que eu conto.

Final do concurso

Depois de duas etapas vencidas dentro do Senac, fomos as finalistas representando a faculdade. No dia da final estávamos nervosas, mas muito seguras, pois havíamos testado tudo e cronometrado nosso tempo várias vezes (concursos tem horário certo para entregar cada prato, é meio tenso o negócio). Acertamos praticamente tudo, falhamos em alguns detalhes, recebemos as críticas e elogios, mas não rebatemos nada (até hoje não sei porque), e veio o resultado: outra faculdade havia ganhado o primeiro lugar. Nos olhamos... pensamos algo (não sei o quê) por dois segundos e começamos a chorar muito. Ridículo, mico, eu sei, mas... foi incontrolável! Teria outras coisas para falar sobre este dia, mas prefiro me calar neste momento.
Depois de pensar e repensar muuuuito e conversar com profissionais e professores que já participaram de concursos de gastronomia, minha lição neste episódio foi que apesar de ter valido a pena todo o esforço, estudo, testes, aprendizado, dedicação e disciplina, nunca mais na minha vida quero participar de concursos. Posso fazer isso tudo para mim, para aperfeiçoar o meu trabalho e criar coisas novas, mas em concursos não... sempre tem alguém que mexe um pauzinho e a casa cai do outro lado. Revoltada, né? Eu hein...

Porque estamos na Espanha então?

Pois é... acho que nem eu seu explicar direito...
A gente pentelhou muita gente, e conseguimos um estágio para nós duas (eu e a passarinha) em uns restaurantes em Montseny, perto de Barcelona. Eu trabalho em um resturante e a Marcela em outro, que fica à 800m. de distância. Tem fotos de Alex Atala e de outros chefs brasileiros famosos com a família e chefs daqui espalhadas pelo salão.
Os restaurantes são lindos, rústicos e chiques, e servem comida típica catalã.

Como já disse para as pessoas que nos ajudaram, é muito bom saber que ainda existem pessoas acessíveis e dispostas a ajudar estudantes. Se não fosse por eles não estaríamos aqui! Super obrigada!!!


Viagens

Daí o nome do blog, que por sinal veio à minha cabeça em pleno voo entre Brasil e Espanha. As viagens porque daqui daremos um pulo em Londres, que já morei e adoro, e porque pretendo viajar muito mais, para muitos outros lugares.
As viagens também porque, como já devem ter percebido, eu viajo um pouco ás vezes.
É bom, não acho ruim não. Viajar, sonhar... uma hora vira realidade.